sábado, 28 de setembro de 2013

Visão filosófica do trabalho participativo no cotidiano escolar.


Contexto geral do papel e da história da escola.
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A educação não deve ser vista separadamente do contexto geral da nossa vida, nem mesmo é a preparação para a vida, a educação faz parte da vida em todos os momentos. A escola não pode ser considerada neutra, pois, ela está bastante comprometida com diversas áreas da vida como, por exemplo, a economia, a cultura, a religião, a política de seu tempo, etc. A educação também exerce um papel muito importante na interação entre seres sociais. A escola como o exemplo mais comum de educação formal e intencional, se trata de uma instituição voltada especialmente a isso. Ao tratar de educação, ela pode ser informal principalmente no convívio social e na família, e a ação pedagógica exerce uma ligação bem influente entre o indivíduo e sociedade, portanto, a prática social é o ponto de partida e o ponto de chegada da ação pedagógica. A escola é muito mais do que um lugar onde se aprende determinados conteúdos e instruções; em meados dos séculos XIX e XX as escolas eram bem mais conservadoras e tradicionais do que hoje, podemos observar que muita coisa mudou desde então, a escola não é mais vista como um local apolítico, distante da realidade e do mundo com suas injustiças sociais, embora algumas escolas mais tradicionais são resistentes à esses métodos. Essa educação é decorrente da influência dos anos 70, onde a educação era vista e um modo pragmático, ou seja, simplista, e tecnicista, comparando a profissão de educador com a de um técnico em determinada área.

O professor como intelectual transformador
O professor é muito mais do que um transmissor de saberes e valores, ele também deve colocar em prática discussões entre os alunos, e reflexões críticas da cultura, por isso não podemos considerar a escola fora de um contexto histórico-social concreto. A práxis pedagógica deve ser uma maneira de passar o conhecimento do professor, com o total compromisso de transformar os alunos e a crítica cultural, com muita flexibilidade para agir na busca de soluções, por esta razão dizemos que o professor deve ser crítico, reflexivo, e acima de tudo um intelectual transformador, tendo uma visão do todo nas situações escolares, e se comprometer com seus valores axiológicos, como a ética, honestidade, política, etc. O professor deve ter claramente seus pressupostos teóricos para orientar sua ação, para enfrentar as dificuldades em sala de aula e assim saber a respeito das teorias que envolvem suas decisões.

Henri Wallon:
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Diferentemente dos métodos tradicionais (que priorizam a inteligência e o desempenho em sala de aula), a proposta walloniana põe o desenvolvimento intelectual dentro de uma cultura mais humanizada. A abordagem é sempre a de considerar a pessoa como um todo. Elementos como afetividade, emoções, movimento e espaço físico se encontram num mesmo plano. As atividades pedagógicas e os objetos, assim, devem ser trabalhados de formas variadas. Numa sala de leitura, por exemplo, a criança pode ficar sentada, deitada ou fazendo coreografias da história contada pelo professor. Os temas e as disciplinas não se restringem a trabalhar o conteúdo, mas a ajudar a descobrir o eu no outro. Essa relação dialética ajuda a desenvolver a criança em sintonia com o meio.


Ovide Decroly:
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Por ter sido, na infância, um estudante indisciplinado, que não se adaptava ao autoritarismo da sala de aula nem do próprio pai, Decroly dedicou-se apaixonadamente a experimentar uma escola centrada no aluno, e não no professor, e que preparasse as crianças para viver em sociedade, em vez de simplesmente fornecer a elas conhecimentos destinados a sua formação profissional.
Os métodos e as atividades propostos pelo educador têm por objetivo, fundamentalmente, desenvolver três atributos: a observação, a associação e a expressão. A observação é compreendida como uma atitude constante no processo educativo. A associação permite que o conhecimento adquirido pela observação seja entendido em termos de tempo e de espaço. E a expressão faz com que a criança externe e compartilhe o que aprendeu.

Dificuldades para a implantação desses trabalhos.
Diante das desigualdades presentes na estrutura da sociedade, podemos dizer que nenhuma práxis pedagógica é neutra, pois a ciência pedagógica, além de sua participação social é um instrumento político de emancipação humana, que não se trata apenas da simples transmissão de conhecimento, mas também uma forma de transformar e refletir sobre o que já sabe e o que pode ser mudado; nas comunidades e meios mais tradicionais há uma maior resistência a essas mudanças, mudanças que são bastante eficazes, elas tornam os alunos de hoje mais ativos e participativos, embora nas comunidades e meios mais “modernizados”, essas mudanças já existam, ainda sim existe certa resistência.
 Atualmente encontramos algumas dificuldades para tal implantação participativa do professor no cotidiano escolar, podemos citar o comum “espontaneísmo”, que se trata da ação sem nenhum fundamento teórico ou até utilizando-se do senso comum, que não é de todo errado, mas ao tratarmos de educação, devemos nos informar a respeito da teoria, muitas vezes o professor sofre dificuldades em integrar a teoria à prática efetiva, isso dificulta que os alunos estabeleçam entre eles as relações de produção da sua própria existência. A ideologia impõe valores de uma classe para que entendamos como valores universais, portanto cabe aos professores colocar em discussão a crítica da nossa herança, para que os alunos tenham uma reflexão crítica a respeito da cultura em que vivemos. Em diversas escolas há dificuldades para uma implantação mais voltada a incentivar e fazer o aluno pensar, pois, apenas oferece suas aulas, sem nenhuma reflexão ou mudança de hábito, a falta de mobilidade aos alunos, e o estímulo de pesquisas que são voltadas apenas à memorização dos alunos, que muitas vezes não são eficazes.
Na sociedade em que vivemos, não existe total comprometimento com a educação, e muitos professores sem qualificação, são contratados por falta de profissionais qualificados, a falta da formação do professor também é uma dificuldade, pois, envolve também sua formação pedagógica e formação ética e política, alem, da qualificação é claro.
Como educadores, devem seguir diversos passos e metodologias para refletirmos sobre o tipo de pessoa que queremos formar, tornando os alunos criativos e reflexivos, levando em conta a sociedade em que vivemos e a partir da base antropológica, selecionarmos os conteúdos a serem transmitidos e ensinados. Os métodos que os educadores utilizam em sala de aula devem partir dos pressupostos antropológicos, que se trata da filosofia que investiga a concepção de ser humano, refletindo sobre o que o ser humano é, e o que pensa ser; também dos epistemológicos, como estudo do conhecimento científico do ponto de vista crítico, e partindo também dos pressupostos axiológicos, como a filosofia dos valores, que podem ser éticos, morais, estéticos, políticos, religiosos, pragmáticos, etc.
Assim podemos compreender com maior facilidade as diversas propostas pedagógicas e suas consequências em todos os tipos de escola e o modo de transformação dessas práticas, e além de pesquisar e conhecer a realidade educativa agir efetivamente sobre ela.

 Conclusão
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A educação, em seu contexto geral, já mudou muito e ainda tem muito que mudar, estamos em um constante desenvolvimento, sempre buscando melhores soluções e eficácia dos métodos utilizados, mas tal desenvolvimento, leva tempo, até que todos os professores consigam se adequar as novas práticas, por isso, é essencial a participação da filosofia na educação, os professores, como também educadores, ao refletirem e analisarem o modo que conduzem sua práxis pedagógica, conseguem respostas e hipóteses para melhor atuação no âmbito escolar, e assim, os alunos são beneficiados, e aprendem muito mais do que o conteúdo científico, mas aprende a criticar e refletir a respeito do meio em que vive, tendo em vista como um todo, a sociedade, a escola, o meio social, a economia, etc.

Referências Filosóficas:
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§    Filosofia da Educação, Autor: Maria Lucia de Arruda, Editora: Moderna.